quinta-feira, novembro 27, 2008

Uma noite para lembrar


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Cibelle. Que artista! Fui ao show ontem, dia 26 de novembro, no Bourbon Street Music Club. Nunca tinha ido lá e ao entrar já me encantei com a atmosfera jazzística.

Ela entrou no palco com 30 minutos de atraso, mas tudo bem. Cibelle. Que mulher! A apresentação que leva ainda o nome do CD "The shine of dried eletric leaves" durou pouco mais de 1h30, mas foram poucas as músicas tocadas que estão nesse álbum. A maioria das canções eram novas.

Como sempre, os arranjos eletrônicos estavam mais que presentes e fizeram do espetáculo algo totalmente diferente daquilo que se ouve nos CDs. Cibelle. Que performance! Que ginga! Que malemolência!!! A mulher sabe como se portar em um palco.

É fácil dizer que, provavelmente, não foram apenas os homens que se sentiram, digamos, tentados. Ela é linda. Linda e simpática. Expressiva. Sensual. Sexy.

Ok, ok. Eu assumo! Estou apaixonada. Quero que ela seja eu. Aliás, quero ser ela. Melhor ainda, quero que meu alter-ego seja ela. Isabella/Cibelle. Acho que combina!

Cibelle. Que voz! Timbres belíssimos acompanhados por uma banda também incrível, ou mesmo sem acompanhamento algum, como na última música, "Esplendor" - que ela só cantou por insistência da platéia.

Pena só que não ouvi "Train station" e "Phoenix", mas só a presença daquela Deusa em forma de Show-woman já valeu.

Cibelle. Que noite!


Para quem não conhece, aqui está a Diva!

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sexta-feira, novembro 14, 2008

Eu

Ouvindo Agora
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Isabella
Antonio Carlos Jobim and The New Band
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Isabella
Wake up the sun is coming
Through the window
We're riding with the sun
I feel your heart beat
The morning light plays in your eyes
With floating blue and white skyline
A city in the skies for Isabella
We're gazing through the clouds
We sail the wind rose
The break of day sparks my desire
And ocean waves won't quench the fire
We kiss we're high, we're riders in the sky
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The city lies below
A sillouete, a glow
A tale of passion
I close my eyes
You hold me tight
We touch the ground
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Isabella
Our hopes are riding high over the city
We search the busy streets
We're not alone here
The city lights flare my desire
A million tears won't quench the fire
And if it starts to rain
We'll take a train

sexta-feira, novembro 07, 2008

Sem sentido

Talvez quem tenha assistido o filme “Perfume – A história de um assassino” entenda melhor o que pretendo dizer. Talvez isso não tenha nada a ver e qualquer pessoa entenda esse sentimento.

No filme, o assassino quer para ele o perfume perfeito. Ele quer um cheiro que dure para sempre, o melhor odor, um que nunca acabe.

O que eu quero é quase isso. Eu quero as histórias que eu leio. As quero dentro de mim. Não só no meu pensamento, na minha memória e no meu cérebro. Quero tudo isso e mais. Quero todos os livros no meu estômago.

É. É isso mesmo. Eu tenho desejos malucos. Hoje ao ler mais um capítulo (e terminar) do livro “O menino do pijama listrado”, de John Boyne (irlandês), tudo o que eu queria era engolir o livro.

Isso acabou de acontecer. Estou no trabalho. Não posso chorar e meu estômago embrulhou, então eu senti a vontade de engolir o livro, como se ele fosse a solução do meu problema. HÁ! A menina que engolia livros...!

Seria essa a minha forma de antropofagia? Engolidora de conhecimento.

Engraçado. Agora eu suspiro e penso estar escrevendo coisas sem sentido, mas fico feliz com isso. É a tal da minha amargura que me dá felicidade. Sem sentido...

Me lembro que ao ler “Extremamente alto & Incrivelmente perto”, de Jonathan Safran Foer (americano), eu senti a mesma coisa, mas não devo ter processado essa idéia. Só agora me dei conta dela.

Só agora eu percebi que o que eu quero são as alegrias, os sofrimentos e principalmente as tristezas do mundo dentro de mim.

Sem sentido...

quinta-feira, outubro 23, 2008

Amor correspondido infeliz

"Romance" (Guel Arraes, 2008) é um filme belo. Não só porque Letícia Sabatella está mais bela do que nunca, não só porque Vladimir Brichta é um belo canastrão, ou porque Wagner Moura é romanticamente belo e Andréa Beltão belamente cômica. Esse é um filme belo porque fala da beleza da tristeza, da beleza que existe em todos os lugares, até mesmo na rotina de um casamento.

E existe romance sem tristeza? Amor sem dor? "Paixão é sofrimento" e é gostar desse sofrimento. Estar contente com a infelicidade? É possível. A dor é, muitas vezes, responsável por grandes momentos, por atos fantásticos e belos, claro.

A história do filme envolve um casal que se depara com o nascimento de um triângulo amoroso. O enredo conta ainda com humor e ironias bem diretas sobre as diferenças das produções televisivas e teatrais.

Certamente é uma obra que deve ser vista, mesmo porque é diferente das muitas que têm despontado nas telas. Sem doses da típica violência, sem a estética da pobreza. Vê-se muito amor. Muito amor e seus conteúdos normais de dor.

Ouvindo Agora
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Nosso estranho amor
Caetano Veloso
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Não quero sugar todo o seu leite
Nem quero você enfeite do meu ser
Apenas te peço que respeite
O meu louco querer
Não importa com quem você se deite
Que você se deleite seja com quem for
Apenas te peço que aceite
O meu estranho amor
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Ah! Mãinha
Deixa o ciúme chegar
Deixa o ciúme passar
E sigamos juntos
Ah! Neguinha
Deixa eu gostar de você
Pra lá do meu coração
Não me diga nunca não
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Teu corpo combina com meu jeito
Nós dois fomos feitos muito pra nós dois
Não valham dramáticos efeitos
Mas o que está depois
Não vamos fuçar nossos defeitos
Cravar sobre o peito as unhas do rancor
Lutemos, mas só pelo direito
Ao nosso estranho amor
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Ah! Mãinha
Deixa o ciúme chegar
Deixa o ciúme passar
E sigamos juntos
Ah! Neguinha
Deixa eu gostar de você
Pra lá do meu coração
Não me diga nunca não

terça-feira, outubro 21, 2008

Dance, Isabella. Dance.

EU QUERO DANÇAR!!
Alguém pode me dizer o nome de uma balada boa para eu dançar essa músicaaaa?

Ouvindo Agora
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American Boy
Estelle feat. Kanye West
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Just another one champion sound
Me and Estelle about to get down
Who the hottest in the world right now
Just touched down in London town
Bet they give me a pound
Tell them put the money in my hand right now
Tell the promoter we need more seats
We just sold out all the floor seats
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Take me on a trip
I'd like to go some day
Take me to New York I'd love to see LA
I really want to come kick it with you
You'll be my American boy
.
He said: Hey sister
It's really really nice to meet ya
I just met this 5 foot 7 guy
Who's just my type
I like the way he's speaking
His confidence is peaking
Don't like his baggy jeans
But I'ma like what's underneath it
And no I ain't been to MIA
I heard that Cali never rains
And New York heart awaits
First let's see the west end
I'll show you to my bridrens
I'm liking this american boy
American boy
.
Take me on a trip
I'd like to go some day
Take me to New York I'd love to see LA
I really want to come kick it with you
You'll be my American boy
American boy
.
Would you be my American boy?
American boy
.
Can we get away this weekend?
Take me to Broadway
Let's go shopping baby
Then we'll go to a Café
Let's go on the subway
Take me to your hood
I neva been to Brooklyn and I'd like to see what's good
Dress in all your fancy clothes
Sneaker's looking Fresh to Death
I'm lovin those Shell Toes
Walkin that walk
Talk that slick talk
I'm liking this american boy
American boy
.
Take me on a trip
I'd like to go some day
Take me to New York I'd love to see LA
I really want to come kick it with you
You'll be my American boy
.
Let them kno wagwan blud
.
Who killin em in the UK
Everybody gonna to say you K
Reluctantly
Because most of this press don't fuck wit me
Estelle once said to me
Cool down down
Don't act a fool now, now
I always act a fool oww, oww
Ain't nothing new now now
Hey crazy
I know what ya thinkin
Ribena
I know what you're drinkin'
Rap singer
Chain Blinger
Holla at the next chick soon as you're blinkin
What's you're persona
About this Americana
Brama
Am I shallow
Cuz all my clothes designer
Dressed smart like a London bloke
Before he speak his suit bespoke
And you thought he was cute before
Look at this P coat telling me he's broke
And I know you're not into all that
I heard your lyrics
I feel your spirit
But I still talk that caaaash
Cuz a lot wags want to hear it
And I'm feelin like Mike at his Baddest
The Pips at they Gladys
And I know they love it
So to hell with all that rubbish
.
Would you be my love, my love
Could be mine
Would you be my love, my love
Could be mine
Could you be my love, my love
Would you be my american boy
American Boy
.
Take me on a trip
I'd like to go some day
Take me to Chicago
San Fransisco Bay
I really want to come kick it with you
You'll be my american boy

sábado, setembro 13, 2008

Dentro de mim

Que vontade de viver dentro de mim. Somente dentro dos meus sentimentos, das minhas viagens, com meus personagens e meus tempos e minhas épocas. Tudo trocado dentro de mim. Apenas eu seria eu mesma. A música que ouço também. Talvez.

Talvez o mundo de hoje já não tenha mais graça. Como pode um único livro mexer tanto com uma vida, com um sentimento? Talvez seja por isso que ela é considerada uma das melhores romancistas inglesas de todos os tempos – Jane Austen.

Eu já havia visto o filme “Orgulho & Preconceito”. Já achava tudo lindo, mas o livro me trouxe outra luz, ou melhor, me colocou nas trevas. Não consigo mais pensar em outra coisa, sonhar com outra coisa, sentir outra coisa. Quero ser aquela Elizabeth Bennet. Quero ter aquele Fitzwilliam Darcy. Quero andar por aqueles cenários e ouvir aquelas músicas.

Mas, os tempos são outros. Os homens são outros. Aquelas casas hoje são museus. Aquelas músicas são trilhas sonoras. Eu sou outra. Talvez, realmente, eu já tenha sido aquela. Mas hoje sou outra.

E é por isso que agora eu queria viver dentro de mim. Dentro dos meus sonhos e dentro desse amor platônico vivido no meu quarto – no meu mundo de personagens imaginários e atemporais.
...
A vida agora parece estar toda errada e eu não quero mais. Não quero. Quero achar um Mr. Darcy. Dentro de mim. Nos meus sentimentos. Nos meus sonhos.

quarta-feira, julho 30, 2008

VAI!!! (a long time ago)

Já que o Freakstyle não postou a foto na época, eu encontrei-a aqui!
Pena que eu não consegui (ainda) postar no meu próprio lindo blog!

terça-feira, julho 22, 2008

Monstros adormecidos

Quando você se apaixona, o que faz você se entregar? Aliás, quando você se entrega? Como você se entrega?

Alice era uma garota que queria sempre ser arrebatada. Ela não se conformava com a rotina. Quer dizer, por um tempo ela se conformou, mas começou a sentir falta daqueles sentimentos que movem montanhas. Sim, porque eles realmente movem montanhas.
Para descomplicar: cá estamos nós falando de homens. Ela se apaixonava por quase todos. Todos os que mexiam com algum monstro adormecido dentro dela, com aqueles sentimentos que ela nem sabia mais que existiam.
Teve aquele que a fez sentir-se linda, capaz e olhada depois de tantos anos; aquele que a fez voltar à adolescência, sentindo-se protegida; e ainda aquele que a cativou de forma platônica com seus sentimentos explícitos e emocionantes.
Mas a característica principal do que é fugaz é justamente essa, a sua pouca duração. Todos esses homens passavam de forma rápida e intensa, mas Alice tinha sempre que voltar para o que era real, para o cotidiano e ela não estava feliz.
O engraçado é que ela também não estaria feliz se tivesse que encarar uma vida totalmente incerta. As conseqüências poderiam ser bem mais dolorosas do que as que ela teria de enfrentar se desse de cara com a rotina.
Alice perguntava-se se existe felicidade completa, integral. Mas isso seria uma pergunta sem respostas. Ela só poderia supor e escolher.
Enquanto isso ela ia supondo e escolhendo. Escolhendo a rotina e a quebrando às vezes. Sem dó ou remorso. Continuava se entregando, mas só depois descobria porque se entregava, quais os monstros despertados. Mesmo assim, nunca conseguiu algo que substituísse a necessidade de dar-se. Será que haveria algo que acordasse esses monstros sem que ela precisasse envolver-se? Isso um dia ela descobriria, mas talvez fosse muito tarde.
Para ela, enxergar a beleza que tem toda rotina não era difícil. Difícil era contentar-se com ela.

quinta-feira, julho 17, 2008

Seda

"Mantinha os lábios entreabertos,
pareciam a pré-história de um sorriso."
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"- Talvez seja porque a vida, às vezes,
gira de um modo que não há mesmo nada mais para se dizer."

quinta-feira, julho 10, 2008

Convitinho!

Queridos leitores (ha!), posto aqui o convite para o lançamento do primeiro livro a publicar um texto meu, o livro Sentido Inverso.
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Espero que todos possam comparecer, já que esse é um momento especial para mim: minha primeira publicação dentre muitas que ainda virão!!
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terça-feira, junho 17, 2008

Trabalho que é bom...

Estou aqui hoje para falar de um TCC que não o meu!

Dando continuidade aos elogios que prestei no blog de um grupo de alunos da Anhembi , faço aqui no meu a indicação do site Ambulantes no Trem. A pesquisa sobre essa "nova" classe de comércio se coloca impecavelmente apresentada em um formato muito bacana que vale mesmo a pena uma visita!

Quanto ao conteúdo, eu mesma ainda não posso falar, porque ainda não li tudo, mas não tenho dúvidas de que a leitura será boa e relevante!

Ao grupo, parabéns (again) e ao Prof. Orientador Fabio Cardoso (que foi o meu também). Apesar de você falar que o mérito é todo dos alunos, eu repito que se a orientação não ajudasse, ela não chamaria orientação!!

sábado, junho 14, 2008

Memória Musical

Anteontem ouvi um set que é uma obra prima. Dj Kalif, habitante de muitas memórias minhas disponibilizou isso no site dele. www.djkalif.com. Ouça o In The Mix. Quem gosta de techno não se arrependerá.

quinta-feira, junho 12, 2008

Relembrando

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Vai...
E vem me conquistar aos poucos
Vai...
E vem me dizer que está louco
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Em pouco tempo serei sua
Em menos tempo viverei essa loucura
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Vai...
E vem sem pensar no depois
Vai...
E vem para não sermos mais dois
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Sem conseqüências, apenas siga a música
Vamos viver uma existência única

quinta-feira, maio 22, 2008

Luto


Tigre, minhas manhãs não serão mais as mesmas sem você me pedindo leite.
Nada poderia ser mais triste.

quarta-feira, maio 21, 2008

25. Quarter life crisis mode on or off?

Não me lembro de o meu aniversário ter caído em um feriado (ou no meio dele, o que é o caso), anteriormente. Dia 23 de Maio. Esse é o meu dia. Mas como não haverá expediente e eu pretendo não ligar o computador por 4 dias inteiros, aproveito meu tempo de inércia para já postar minhas divagações.

Comecei a escrever esse post com quase uma semana de antecedência. Acho que eu queria aproveitar o meu inferno-astral...

Sintomas do período:

- Enxaquecas diárias (que na verdade cessaram).
- Desejos alimentares compulsivos (que quando não saciados agravam o mal-humor).
- Mal-humor (acho que isso também está melhorando).
- Outros desejos a flor da pele...
- Insights diários que podem ou não ser substituídos no dia seguinte.

Não me sinto feia, não me sinto gorda. Não enxergo rugas crescentes, não me sinto velha. O tempo ainda não manifesta seus sinais a ponto de eu repará-los.

Não tenho medo da idade. Principalmente porque consigo ver que com o tempo eu me melhoro. A única coisa que parece passar de forma mais rápida é o tempo profissional. Isso me incomoda, mas acho que se fosse algo torturante eu agiria com mais desespero. Faço 25 anos e ainda não me encontrei profissionalmente. Creio que hoje em dia, com a modernidade líquida atormentando a individualidade isso é comum. E por outro lado, eu estou a caminho, de qualquer forma. Sinto que as coisas estão prestes a acontecer...

Você pode até me perguntar o que eu fiz de bom nesses 25 anos. Eu direi que eu chorei, eu sorri, eu trabalhei, eu faltei. Eu dancei, viajei, me machuquei, fiquei doente, me curei de algumas coisas e para outras ainda busco soluções. Mas o mais importante é que eu consigo usar todas essas experiências para me conhecer melhor. Para ter noção do que eu realmente quero, de como eu viverei a minha vida.

Lógico que os problemas existem. Me questiono sobre as situações mais ruins entre a família, por exemplo. Será que quero sair de casa ou ficar é a melhor opção? – mas eu sei que uma hora essas perguntas serão respondidas naturalmente. Tenho pais que me amam, irmãs que me admiram e que merecem que isso seja recíproco e um namorado com o qual eu construí uma relação que vai muito além de paixonites mal resolvidas.

Portanto, 25 anos sem grilos, so far. Quarter life crises mode off to me. Thank you very much!

sábado, maio 10, 2008

Um dia as coisas mudam

Um dia as coisas mudam.
Um dia você me olha e não me vê.
Um dia você me olha e vê minhas pernas. Sente meu fogo.
Vê minha pele. Sente meu cheiro.
Vê minha boca. Sente meu gosto.
Vê meu corpo. Sente meu calor.
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Um dia você não vê mais nada.
Um dia você vê quase tudo.
Você não me vê. Você não me enxerga.
Você me toca, você me prova, você me lambe.
Mas você não me vê.
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Vê o que eu quero?
Um dia as coisas mudam, espero.

sexta-feira, maio 09, 2008

Desejo

Ah o desejo! O desejo é essa coisa louca que não conseguimos brecar. Por menos (ou por mais) que se ame ou goste quando surge o desejo tudo muda.

Que fique claro que eu não estou falando do desejo material, estou falando do físico. Aquele que não permite que você sinta um perfume familiar sem que suas pernas fiquem bambas, aquele que faz com que a menor visão da pele do pescoço cause um arrepio encalorado...

Quando se pode viver essas sensações, que seja por cinco minutos, nosso dia fica melhor. Só que quando é sonho, literalmente, quando você acorda com esse frio na barriga e percebe que REALMENTE foi APENAS um sonho, a impressão de vazio aumenta.

Reparação

Engraçado, o arrependimento que tanto fazia parte da minha vida está desaparecendo. Ufa! Mas o engraçado mesmo é que hoje eu faço "coisas erradas" com muito mais frequência...

Na verdade quando percebemos que os antigos conceitos, que eram tão rígidos, podem ser mais maleáveis, fica mais fácil não haver tantas cobranças.

Para uma pessoa que antes queria reparar tudo o que fazia, acho que estou me adaptando bem.

A única coisa que seria digna de reparação é o meu desejo. Mas esse é irreparável...

quinta-feira, maio 08, 2008

Brega Moment

Esqueça se ele não te ama
Esqueça se ele não te quer
Não chores mais não sofra assim
Por que eu posso te dar amor sem fim
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Ele não pensa em querer-te
Te faz sofrer e até chorar
Não chores mais vem pra mim,
Vem, não sofra, não pense
Não chore mais meu bem
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Fábio Jr. é ou não é o rei???
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Puts, post palhaçada, eu sei, mas eu escutei essa música e senti que ela queria estar aqui nesse blog brega!

quarta-feira, maio 07, 2008

Um segundo teu

Instante de Dois
Cibelle
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Não quero que você me coma
Não quero que você me engula
Não quero que você me acorde
Não quero que você me durma
Não quero que você me assista
Não quero que você me assuma
Não quero que você me corte
Não quero que você me inclua
Eu só quero um segundo teu
E um segundo meu
Um instante de dois
Sem mais, nem pra depois eu te dizer
Que eu te amo não
Te amo demais para ser prisão
De dois
Amor
Eu só quero um segundo teu
E um segundo meu
Um instante de dois
Sem mais, nem pra depois eu te dizer
Que eu te amo não
Te amo demais para ser prisão
De dois
Amor


Não estou muito certa disso.

domingo, abril 27, 2008

sábado, abril 26, 2008

quinta-feira, abril 24, 2008

Não escolha de maneira aleatória

hustler
hus.tlern

1 pessoa ativa, incansável. 2 pessoa desonesta que procura tirar proveito de outras. 3 sl prostituta, puta, piranha. male hustler prosti­tuto, rapaz de programa.
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Como eu disse, não escolha de maneira aleatória. Não deixe a raiva escolher por você. Pior, não deixe a inveja te levar...
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Dos melhores escolha o pior. Ou dos piores escolha o melhor.

sexta-feira, abril 11, 2008

Changes

Alba estava assim, com sua vida parada. Nada parecia acontecer. Seus dias eram sempre os mesmos.
Em frente ao espelho ela nem parecia notar o quanto sua pele branca era viçosa, que seus cabelos castanhos escuros lhe caíam sobre os ombros de forma leve e natural, que seus olhos tinham um brilho esverdeado e que sua boca oferecia o mais belo tom de vermelho sem que fosse necessário nenhum artifício. Todas as cores contrastavam em seu corpo. Suas roupas, seus desenhos tatuados, tudo parecia chamar um vida corrida, cheia de novidades, fatos quentes e interessantes. Tudo parecia...
Aquela menina só conseguia ver o marasmo. Por trás de seus olhos havia um mar de águas calmas, calmas até demais.
Mas dia após dia as coisas pareciam mudar. Sem ter um como e sem ter porquê suas idéias ficavam mais claras. Ela começava a ver o que estava fazendo de errado. Seus relacionamentos que a diminuíam, sua falta de força de vontade e de perspectiva e a raiva que inexplicavelmente ela sentia de si mesma.
Se seria a terapia “fazendo efeito”; ou se eram os remedinhos que ela resolvera tomar (não seja malicioso aqui!); ou as duas coisas andando juntas, ela não saberia dizer. Ela gostava de pensar que crescia. Amadurecia...
Paralelamente ao seu crescimento, de forma paradoxal, Alba estava vivendo uma paixão. Só que essa paixão a tornou uma garotinha de 16 anos – idade que passara há tempos.
O nome dele: Eric. E como já foi dito antes, eles se conheceram em um lugar comum e também assim, do nada. Era infalível. Ele passava e as pernas dela tremiam, seu coração acelerava, seu estômago revirava de uma forma que ela só havia lido nos livros ou visto nos filmes. “Talvez seja isso que Florentino Ariza sentia por Firmina Daza”.

Eric não sabia de nada disso. A vida dele estava uma bagunça. De uma hora para outra ele decidira ficar sem chão. Decidiu mesmo. Jogou quase tudo para o alto e as coisa que ele deixou nos seus lugares estavam exigindo dele cada vez mais.

Alba não queria especular, mas como entender que o fogo que contaminava até a escada de incêndio estava esmorecendo...? A menina que agora se via mais mulher, que achava que tudo aquilo seria uma grande brincadeira, passou a querer muito mais e se tornou outro alguém a querer mais daquele homem.
E então ela passava as tardes desejando que as coisas se ajeitassem para Eric, para dessa forma ela ser vista...

quarta-feira, abril 02, 2008

Um Bauman desbocado

Eu ainda não consegui terminar de ler "Sexus", mas já me encaminho para o final.
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Então, eis que na página 429 me deparo com uma leitura que me lembrou outra.
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"Os momentos mais reais que você conhece talvez sejam os que acontecem quando você se senta sozinho no banheiro para fazer cocô. É algo que não lhe custa nada nem o compromete de maneira nenhuma, à diferença de comer, foder ou criar obras de arte. Você sai do banheiro e é aí que entra na imensa latrina. Tudo que toca parece merda. Mesmo quando vem embrulhado em celofane, o cheiro está alí. Cocô! A pedra filosofal da era industrial. Morte e transfiguração - em merda! A vida das lojas de departamentos - com sedas finíssimas num balcão e bombas no outro. Seja qual for a interpretação que lhe dermos, todo pensamento, todo feito, é registrado na caixa. Você está fodido desde o momento em que respira pela primeira vez. Uma imensa corporação internacional de máquinas de negócios. Logística, como dizem eles."
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Essa é a nossa vida líquida descrita em 1949.

terça-feira, abril 01, 2008

Old Stuff vs. New Stuff

No meu rádio só toca música velha. Eu acho que não sei mais pesquisar. Mas tudo tem um motivo. Minha vida mudou. Acho que ela não deveria ter mudado tanto. Sinto falta das músicas novas. Sinto falta de ir perguntar para o DJ "que música é essa"...

As coisas podem mudar...

Algumas coisas mudaram...

Me indicaram JUSTICE. É, pois é, eu não conhecia.

Outro sujeito indeterminado MANDOU eu baixar o CD. Eu baixei. Uau!

"You must have put me under a spell
I lose control when you're near"
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Hahahaha... Só rindo!

terça-feira, março 25, 2008

Closer - Ainda Mais Perto

Cada dia que passa eu amo mais esse filme...
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Uma das melhores partes:
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Alice: "Oh, as if you had no choice? There's a moment, there's always a moment, 'I can do this, I can give into this, or I can resist it', and I don't know when your moment was, but I bet you there was one."

segunda-feira, março 24, 2008

Quando não se pode falar...

Eu não tenho 12 anos. Por mais incrível que isso possa parecer, eu realmente não tenho. Aí você vem e me pergunta: "se você não tem 12 anos, é formada em jornalismo e ainda diz que ama escrever, porque raios essa infinidade de letras de músicas?".
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Respondo: Quando eu não posso escrever, quando qualquer coisa que eu disser possa virar uma bandeira gigante dos meus sentimentos, eu apelo para música. As letras também dão bandeira, mas elas formam canções, simplesmente canções que podem ou não significar NADA.
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Ouvindo Agora
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Dave Matthews Band - Say Goodbye
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So here we are tonight,
You and me together
The storm outside, the fire is bright
And in your eyes I see
What's on my mind
You've got me wild
Turned around inside
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And then desire, see, is creeping
Up heavy inside here
And know you feel the same way
I do now
Now let's make this an evening
Lovers for a night, lovers for tonight
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Stay here with me, love, tonight
Just for an evening
When we make
Our passion pictures
You and me twist up
secret creatures
And we'll stay here
Tomorrow go back to being friends
Go back to being friends
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But tonight let's be lovers,
We kiss and sweat
We'll turn this better thing
To the best
Of all we can offer, just a rogue kiss
Tangled tongues and lips,
See me this way
I'm turning and turning for you
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Girl, just tonight
Float away here with me
An evening just wait and see
But tomorrow go back to your man
I'm back to my world
And we're back to being friends
Wait and see me,
Tonight let's do this thing
All we are is wasting hours
Until the sun comes up it's all ours
On our way here
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Tomorrow go back to being friends
Go back to being friends
Tonight let's be lovers, say you will
And hear me call, soft-spoken whispering love
A thing or two I have to say here
Tonight let's go all the way then
Love I'll see you,
Just for this evening
Let's strip down, trip out at this
One evening starts with a kiss
Run away
And tomorrow
back to being friends
Lovers...love...lovers
Just for tonight, one night...love you
And tomorrow say goodbye
.
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Pena que nem sempre as coisas saem como planejamos...

sexta-feira, março 21, 2008

Blah...

Ouvindo Agora
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Kate Nash - Nicest Thing
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All I know is that you're so nice,
You're the nicest thing I've seen.
I wish that we could give it a go,
See if we could be something.
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I wish I was your favourite girl,
I wish you thought I was the reason you are in the world.
I wish my smile was your favourite kind of smile,
I wish the way that I dressed was your favourite kind of style.
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I wish you couldn't figure me out,
But you always wanna know what I was about.
I wish you'd hold my hand when I was upset,
I wish you'd never forget the look on my face when we first met.
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I wish you had a favourite beauty spot that you loved secretly,
'Cos it was on a hidden bit that nobody else could see.
Basically, I wish that you loved me,
I wish that you needed me,
I wish that you knew when I said two sugars, actually I meant three.
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I wish that without me your heart would break,
I wish that without me you'd be spending the rest of your nights awake.
I wish that without me you couldn't eat,
I wish I was the last thing on your mind before you went to sleep.
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Look, all I know is that you're the nicest thing I've ever seen;
I wish that we could see if we could be something
I wish that we could see if we could be something

Do the Test

Plagiando meus amigos Os Fósforos...
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quarta-feira, março 19, 2008

Mais Miller

Esse parágrafo foi feito para o meu dia de hoje.

"Há dias em que a volta à vida é dolorosa e incômoda. Deixamos o reino do sono a contragosto. Por nenhuma razão especial, além de uma consciência de que a realidade mais profunda e mais verdadeira pertence ao mundo do inconsciente."

...apoiada na mão direita...

segunda-feira, março 10, 2008

Nash

Eu ainda não falei de Kate Nash aqui. Ela me conquistou antes de tudo com o sotaque. Falem o que quiser, mas eu acho que ela não tem nada a ver com a Lilly Allen. Adorei a musicalidade e o fato de que algumas faixas ela parece contar uma história ao invés de cantá-la.
As letras são um capítulo a parte. Adorei todas. Claro que eu tenho minhas favoritas, como a "Birds" e a "We get on". Essa última me dá uma coisa toda vez que eu ouço. Acho que muitas meninas se identificam com ela. O lance de usar aquele vestido pra impressionar é clássico.
Me chamem de idiota, mas eu posso dizer que Kate Nash é uma Arctic Monkeys para garotinhas!
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Ouvindo Agora
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Kate Nash - We get on
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Simply knowing you exist ain't good enough for me
But asking for you telephone number
Seems highly inappropriate
Seeing as I can't
Even say hi
When you walk by
And that time you shook my hand it felt so nice
I swear I never felt this way about any other guy
And I dont't usually notice people's eyes but..
I conducted a plan to bump in to you most accidentally
But I was walking along and I bumped into you
Much more heavily than I'd originally planned
It was well embarrassing and I think you thought that I was a bit of a twat
I just think that we'd get on
I wish I could tell you face to face
Instead of singing this stupid song
But yeah I just think that we might get on
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So I went to that party and everyone
They were kind of arty
And I was wearing this dress
Because I wanted to impress
But I wasn't sure if I looked my best
'cause I was so nervous
But I carried on regardless
Strutting through each room trying to find you
And when I saw you kissing that girl
My heart it shattered
And my eyes, they watered
And when I tried to speak I stuttered
And my friends were like whatever
You'll find someone better
His eyes were way too close together
And we never even liked him from the start
And now he's with that tart
And I heard she's done some really nasty stuff
Down in the park with Michael
They said she's easy
And if your guy's with someone that's sleazy
Then he ain't worth your time cause you deserve a real nice guy
So I proceeded to get drunk and to cry
And I locked myself in the toilets the entire night
Saturday night I watched channel five
I particularly liked CSI
I don't ever dream about you and me
I don't ever make up stuff about you and me
that would be considered insanity
I don't ever drive by your house to see if you're in
I don't even have an opinion on that tramp that you're still seeing
I don't know your timetable
I don't know your face off by heart
But I must admit that there's a part of me that still thinks
That we might get on
That we could get on
That we should get on

Reading Miller

"... Não havia triunfo ou satisfação para mim a menos que a mulher se entregasse por vontade própria. Sempre fui um mau pretendente. Desistia com facilidade, não porque duvidasse dos meus poderes, mas porque não confiava neles. Sempre quis que a mulher viesse a mim. sempre quis que ela tomasse a iniciativa. Não corria perigo de ela se exceder em seu atrevimento! Quanto mais destemida sua entrega, mais eu a admirava. Detestava as virgens e as violetas encarquilhadas. La femme fatale! - esse era meu ideal...".
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Sexus
Henry Miller
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Não sei porque me lembrei da música "Sexperienced" da Cachorro Grande... Adooooro!
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Ouvindo Agora
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Cachorro Grande - Sexperienced
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Quero uma garota que já tenha sexperienced
Não tenho razão para me importar com que os outros pensem
Não tenho medo de te dizer
Que essa garota pode ser você
Desde que tenha sexperienced
Já experimentei ter paciência com as mais inibidas
Mas enchi o saco agora quero só mulheres vividas
Na cara dura vou te dizer
Que essa garota pode ser você
Desde que tenha sexperienced
Não tenho medo de te dizer
Que essa garota pode ser você
Desde que tenha sexperienced
Desde que tenha sexperienced
Desde que tenha sexperienced

quinta-feira, março 06, 2008

Nina Simone + Cat Power

Ouvindo Agora
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Wild is The Wind - Cat Power
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"... You touch me
I hear the sound of mandolines
You kiss me
With your kiss my life begins..."

quarta-feira, março 05, 2008

Paredes que ouvem, apenas

Tudo que eles precisavam era isso. Paredes que apenas ouvem e não falam uma só palavra.

Se conheceram assim, do nada. Se conheceram em um lugar comum. Depois de tanto tempo, para ela, ele seria uma brincadeira, uma peripercia, uma safadeza... Será que ele estava disposto?

Sim, ele estava...

Paredes, paredes, onde estão vocês? E então, um sussurro por trás da orelha... o lugar foi encontrado.

"Enquanto ele a olhava nos olhos, segurando em sua cintura, não conseguia parar de imaginar aquela pele em contato com a sua. Nada mais podia esconder daquele sentimento, e ela o percebeu quando ofereceu um abraço.
Olhando para baixo ela disfarça um sorriso de conquista e curiosidade, o beijando com a mesma força que gostaria que seus corpos se encontrassem".

Infelizmente, o encontro de corpos demoraria um pouco mais a acontecer. E ela ficou torcendo para que a demora fosse pouca. Ficou lembrando dele a colocando contra a parede com força e bagunçando seus cabelos...

segunda-feira, março 03, 2008

Blog Líquido

Aqui estou eu no meu novo trabalho, completando o primeiro mês com uma assinatura na carteira que nada tem a ver com meu querido jornalismo. Não estou reclamando. De forma alguma. Se eu tinha alguma dúvida sobre gostar ou não desse ofício, todas sumiram!
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Eu fico aqui sentadinha na minha cadeirinha, ouvindo música (Cat Power agora – novidade) ou lendo. Já até cansei de ler. Nunca achei que isso fosse possível, mas eu cansei. Li um livro irlandês bobinho, li Gabriel García Márquez e agora leio Henry Miller. Realmente eu não vou reclamar.
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Por falar em Cat Power, eu fui assistir “Juno” no cinema. Gostei muito. O roteiro realmente é de ouro, principalmente se usarmos um pouco de preconceito e dissermos que aquela ex-stripper se deu bem... Eu digo que eu a achei ótima. O filme é assim mesmo. A vida. Uma menina de 16 anos. A pergunta “o amor pode durar para sempre?”. Mas é óbvio que eu gostei mais ainda porque essa banda – uma das minhas favoritas, como alguns já estão cansados de saber – faz parte da meiga trilha sonora. É sempre um arrepio estar assistindo a um filme e do nada lá vem a preciosa Chan e seus acordes.
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Por falar (também) em Henry Miller, hoje eu vejo como e porque eu não consegui ler “Sexus” há quatro anos atrás. Você que está lendo esse post sabe que sua literatura não se trata de pura e simples pornografia... são muitos os fatores que me fazem achar esse livro difícil. Posso começar com dois deles: as divagações jogadas, gritadas e brutas que fazem meus olhos irem e virem a procura de tanta raiva, ódio, paixão e tesão; o outro fator se dá por culpa somente minha. Culpa minha de não estar lendo em casa, porque ler Henry Miller no trabalho é um pouco complicado!!!

sexta-feira, fevereiro 29, 2008

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Olha só o que diz Cony na Folha de S. Paulo hoje:

Receita padrão de adultério

Fique sabendo que nenhuma mulher nasce adúltera, como os poetas que nascem poetas

NÃO SUPORTOU mais e foi procurar o amigo escritor. Era amizade antiga, mas distante. De há muito o considerava um péssimo caráter, capaz de cometer qualquer miséria desde que tivesse lucro com uma mulher ou com um assunto que lhe desse inspiração. Aproveitava-lhe a sabedoria, mas evitava contagiar-se com a devassidão de sua vida abominável.
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Ele desejava mudar o nome do prédio onde morava (Babilônia), aconselhara-se com o amigo, haveria uma reunião de condomínio e o escritor incentivou-o, que fosse formidando ao fazer a proposta.
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- Formidando? Quê que é isso?
- Uma expressão clássica, Raul Pompéia usava muito em "O Ateneu", o professor Aristarco era formidando. Significa formidável, feroz, tonitruante.
- É isso aí! Serei formidando!
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A reunião foi numa sexta-feira, à noite, nada teve de formidanda. No sábado, ele voltou ao amigo.
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- Como é? Você foi formidando?
- Formidando uma ova! Foi um desastre!
- Mas por que diabo você quer mudar o nome do prédio?
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Abriu-se. Pela primeira vez na vida, abria-se.
Tinha medo de ser traído. Sabia que as mulheres depois de certa idade sofriam crises, as tentações eram muitas. Ele achava que o nome "Babilônia" era um péssimo agouro. Mas reconhecia que não adiantava mudar o nome do prédio.
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- É. Não resolve mesmo, admitiu o amigo.
- Você seria capaz de dar em cima da minha mulher?
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A pergunta, à queima-roupa, desorientou o escritor, que apesar de cínico não estava preparado para ela.
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- Não. Ela é muito magra.
- Era. Agora engordou um pouco.
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Para ser fiel ao papel de cínico, o amigo novamente admitiu:
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- Bem, se está no ponto, por que não?
- Você gosta de mulher gorda?
- Nada disso. Mas mulher magra foi uma impostura dos costureiros, dos modistas. São, em geral, pederastas. Odeiam a mulher. Querem os homens todos para eles e o melhor modo de eliminar a concorrência é obrigar a mulher a ficar ossuda, sem carnes. As idiotas fazem regime, ficam com as pernas que parecem palitos, a bunda vira uma tábua. Não é à toa que os homossexuais terminam levando vantagens. Agora, veja, as fêmeas bíblicas, a mulher das Escrituras, as mulheres de Renoir, de Rubens, as madonas, a "Fornarina" de Rafael...
- Bem, eu não entendo muito disso, mas acho que você tem razão.
- Uma porrada de razão! Os homens gostam e se casam com mulheres magras para a exibição, o jogo social. Na hora de rebolar na cama, preferem as gordinhas, as falsas magras... Todas as amantes dos meus amigos são assim...
- Eu não tenho amantes, Otávia me basta.
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O amigo ia dizer qualquer coisa, freou-se a tempo.
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- Você acha que sua mulher seria capaz de um adultério?
- Sei lá.
- Bom, em princípio todas as mulheres são capazes disso. Elas têm a matéria-prima do adultério: o sexo e o marido. Falta apenas o beneficiamento, que é o terceiro elemento, o amante, que não é difícil de encontrar. Mas fique sabendo, nenhuma mulher nasce adúltera, como os poetas que nascem poetas. Ela se faz, como os oradores. Ou melhor, o marido é que a faz adúltera.
- Você já cometeu adultério?
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O amigo fingiu que não ouvira bem, mesmo assim tirou o corpo fora:
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- Eu sou solteiro!
- Não é isso que quero dizer. Pergunto se você já cometeu adultério com alguma mulher casada?
- Que eu saiba, não. Não gosto de adultérios. Eles precisam de hotéis sórdidos, exigem códigos ridículos, praticam ritos abomináveis, dificilmente se comete adultério em paz de espírito.
- Isso é necessário? Essa paz de espírito?
- Tanta mulher no mundo, porque escolher uma que pode dar problema?
- O problema pode compensar.
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Calaram-se por um tempo. O escritor ofereceu um uísque.
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- Bem, por hoje chega. Aprendi bastante. Outro dia apareço.
- Você tem lido meus livros? -a pergunta foi também à queima-roupa.
- Não. Otávia acha-os indecentes e eu termino escondendo-os. Na última mudança, sumiram.
- Ainda bem. Qualquer que seja a solução do seu caso, mantenha-me informado. Você pode me dar bom assunto.
Carlos Heitor Cony

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Perturbação

Não é meu. Claro que não. Seria perturbador demais se fosse...
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“Ao vê-lo assim, vestido para ela de um modo tão ostensivo, não pôde impedir o rubor de fogo que lhe subiu ao rosto. Perturbou-se ao cumprimentá-lo, e ele se perturbou mais ainda com a perturbação dela. A consciência de que se comportavam como noivos perturbou-os ainda mais, e a consciência de estarem ambos perturbados acabou de perturbá-los a tal ponto que o comandante Samaritano notou tudo com um trêmulo de compaixão”.
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"O amor nos tempos do cólera"
Gabriel García Marquez

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Meu filho

A noção de que essa página está jogada às moscas tanto no quesito "visitantes" quanto no "idéias" só faz com que as possibilidades de escrever aqui se tornem mais remotas. Isso acontece de uma forma tão contundente que eu nem me dignei a colocar aqui o meu próprio filho, fruto de um trabalho árduo de um ano.
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Portanto, eis aqui o meu grandioso TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO, aliás, o link para baixá-lo...

A grande reportagem "Militância jovem: o fim da anestesia" abranje o universo de alguns jovens que ainda dedicam tempo à atividades políticas partidárias - não subestime o trabalho por isso. Você pode gostar do que vai ler.