quarta-feira, dezembro 21, 2011

2011: um ano para esquecer, mas cheio de pessoas para lembrar

Quando 2011 começou eu achei que fosse ser o ano que mudaria minha vida. Além de não mudá-la, me trouxe muitos sentimentos ruins, muitas coisas desnecessárias, muita doença e muita tristeza.

Teve gente me decepcionando, teve muito choro na cama molhando toda a saudade louca e inconsequente. Pessoas amadas sofreram a perda de familiares de forma trágica e chocante. O lúpus, aquele querido, resolveu dar as caras e com ele veio muita cortisona que trouxe sua família inteira. Essa família só deu trabalho. Deu gosto amargo na boca, deu enjôo, deu sono, deu fome, muita fome e MUITOS quilos a mais – depressão garantida pelo resto do ano. Teve Pepita que morreu, teve gato doente, gato com rabo atropelado, cachorrinho neném com pancreatite, hepatite e anemia. Teve cotovelo e dente quebrado. Teve cabelão cortado e arrependimento certeiro. Teve irmã que foi embora, voltou e foi embora de vez. Teve mãe doente e outra irmã também. Até a gripe que nunca aparece, dessa vez ela vem. Dinheiro, nem se fala... só ele resolveu sumir... Até agora, esses últimos dias. Até eles resolveram boicotar. As semanas se arrastam e querem ser um ano inteiro em apenas 7 dias.

Mas para vocês não falarem que eu mereço o troféu depressão, vou dizer que teve gente boa. Teve gente que vai ficar para sempre. Teve gente que emocionou. Além dos amigos verdadeiros, aqueles que estão sempre lá, teve Mariana, Maria Sílvia e Targino. Três cancerianos, três forças, três empurrões. Teve gatinho novinho e cachorrinho também. Billy e Flock, alegrias sem tamanho. Teve carro novo com cheirinho insuperável de conquista. Teve Itália com a sister e aqui eu não vou nem falar como eu fui feliz, como nos divertimos, como rimos. Essa odinária acaba comigo!

É isso. Esse ano para esquecer, pelo menos trouxe coisas para lembrar sempre e se a gente quiser ser feliz, é só nelas que temos que pensar!

domingo, maio 22, 2011

Um dia para esquecer

“Amanhã é 23. São 8 dias para o fim do mês. Faz tanto tempo que eu não te vejo, queria o seu beijo outra vez.”

E eu fiz tantos planos na minha cabeça para o que vai ser meu aniversário de 28 anos. Planos que não se realizarão.

Queria ter planejado uma festa daquelas com música na casa do meu pai, só que o apartamento foi quase todo derrubado numa reforma daquelas que não acabam nunca mais. Queria que Ele fosse na minha festa, queria apresentá-lo para todo mundo, queria mostrar como eu estava feliz, só que eu não estou mais. Nem com ele, nem feliz.

Minha ideia de festa mudou. Quero ficar sozinha amanhã. Não quero nada, nem mais ninguém. Queria poder ficar no meu quarto. Queria que ninguém batesse na minha porta. Queria que meu telefone não tocasse, porque sei que todas as vezes que ele tocar, meu coração vai dar saltos e mais saltos de esperança e em seguida de decepção. Aliás, mesmo se ele ligasse/aparecesse/chamasse, eu não sei se eu responderia, eu não sei o que falaria. Não estou preparada para receber tapinhas de amizade nas costas. O que eu quero dele, ele não pode me dar.

Meu presente de aniversário, o único que eu gostaria de ganhar, não vai vir esse ano. Tenho medo de que não vá vir nunca. E o dia dos 28 anos, será só mais um dia “dentro de um corpo fechado no vácuo de um quarto no espaço sem fim”.

sábado, maio 14, 2011

How can I go on

When all the salt is taken from the sea
I stand dethroned
I'm naked and I bleed
and when your finger points so savagely
is anybody there to believe in me
To hear my plea and take care of me?

How can I go on?
From day to day
Who can make me strong in every way?
Where can I be safe?
Where can I belong?
In this great big world of sadness
How can I forget?
Those beautiful dreams that we shared
They're lost and they're no way to be found!
How can I go on?

Sometimes I tremble in the dark
I can not see
When the people frighten me
I try to hide myself so far from the crowd
is anybody there to confort me
oh Lord... Hear my plea and take care of me

terça-feira, maio 03, 2011

Do Rei para o meu Rei

Nunca mais você ouviu falar de mim
Mas eu continuei a ter você
Em toda esta saudade que ficou...
Tanto tempo já passou e eu não te esqueci.

Quantas vezes eu pensei voltar
E dizer que o meu amor nada mudou
Mas o meu silêncio foi maior
E na distância morro
Todo dia sem você saber.

O que restou do nosso amor ficou
No tempo, esquecido por você...
Vivendo do que fomos ainda estou
Tanta coisa já mudou, só eu não te esqueci.

Quantas vezes eu pensei voltar
E dizer que o meu amor nada mudou
Mas o meu silêncio foi maior
E na distância morro
Todo dia sem você saber.

Eu só queria lhe dizer que eu
Tentei deixar de amar, não consegui
Se alguma vez você pensar em mim
Não se esqueça de lembrar
Que eu nunca te esqueci

Quantas vezes eu pensei voltar
E dizer que o meu amor nada mudou
Mas o meu silêncio foi maior
E na distância morro
Todo dia sem você saber.



Ainda sonho com o dia em que ouvirei o meu Rei cantar para mim.

segunda-feira, abril 25, 2011

O Silêncio e a Saudade

"O silêncio é devastador. Pior que ele, apenas a saudade: um silêncio que perdura sem a certeza de acabar".

Via Vitor Vieira

terça-feira, abril 19, 2011

segunda-feira, abril 18, 2011

Para aquele que não deve ser nomeado

Todas as noites eu peço para esse Deus, no qual você não acredita, para que eu faça parte dos seus pensamentos, para que você se lembre de mim e sinta falta dos dias em que estivemos juntos. Peço que você tenha saudade e que a vontade de pegar o telefone e me ligar seja maior do que a vontade de me proteger.

Todas as noites eu peço a Ele que te ilumine, que você mude de ideia, que você perceba que podemos nos fazer felizes.

Todas as noites eu digo a Ele que tenho medo de virar passado, medo de não ter significado nada, medo de já não ser mais ninguém para você.

Eu que nunca escrevi seu nome aqui, penso nele a todos os momentos, como aquele homem que queria esquecer o nome Marília. Só que eu não quero esquecer. Essa é só mais uma coisa da qual eu tenho medo.

Todas as noites meu travesseiro ainda molha, porque enquanto peço a esse Deus no qual você não acredita, a dor que sinto continua a derramar as lágrimas dos meus olhos.

Todas as noites eu peço que você se entregue a mim, porque eu nunca deixarei de ser sua. Sua Bella, sua Rainha. Eu nunca deixarei de ser.

segunda-feira, abril 11, 2011

Eterno Inverno

O seu suposto olhar de longe não me aquece. Eu tenho frio, tenho saudade. Minha pele pede a sua. Sem você sou sempre inverno cinza congelante.

quinta-feira, abril 07, 2011

Um mar sem sal

É possível que as lágrimas percam o sal? Já chorei tanto que nem sei mais se elas ainda continuarão com esse gosto que arde a pele, que queima a boca.

Até quando a gente pode amar alguém? Por quanto tempo esse alguém é inesquecível?

Ela o amaria para sempre. Ela não o esqueceria nunca, nenhum só dia, nenhuma noite. Era inacreditável que ele pudesse ser tão forte. Ela não significara nada. Foi tudo da boca para fora. Ainda assim ela o amaria para sempre.

Todos conhecem o efeito do tempo, o poder que ele tem para esconder sentimentos. Sim, esconder, pois algo tão forte não pode ser transformado. O que ela sentia era real demais.

O passar dos dias deixava seus feitos, mas a cada lembrança - porque sempre há lembranças - ela sabia que o amaria para sempre.

domingo, março 27, 2011

Coração Viciado

O amor é esse tormento quando não correspondido.
Um coração que bate sozinho.
Bate descompensado.
Bate triste. Bate angustiado.

O meu coração está assim,
Eternamente quebrado.
Só faz rimas repetidas,
É um tanto viciado.

Nada muda para esse probre,
Além de tudo amargurado.

O amor é esse tormento quando não correspondido.
Arrebenta, trucida, machuca, corrói.
Vicia. Ah, e como vicia.

domingo, março 20, 2011

Para enganar meus dedos

Me sinto naquele momento de anestesia. No meu peito um vazio matador, nenhuma ideia nova, nem a saudade inspira.

O choro que vem toda noite cessa, mas sempre volta. As lembranças ficam batendo na porta da memória e angustiam minha alma.

Alguns momentos alegres parecem ser apenas parênteses em uma vida sem brilho, sem graça, sem ele.

Todo dia é só mais um dia. Mais um dia que eu preciso de força para driblar meus próprios dedos que têm vida própria e que querem escrever “volta pra mim” e apertar o “enviar” no celular.

Não tenho notícias, tenho ciúme. Tenho saudade, não tenho o apoio. Sinto falta do incentivo, do beijo, do cheiro – aquele cheiro que já não está mais lá.

Já que eu não posso escrever para ele, escrevo aqui...

Volta pra mim.

Volta pra mim.

Volta pra mim...

segunda-feira, março 14, 2011

Mais um clichê. Mais uma verdade.

EU SEI QUE VOU TE AMAR...
(Tom Jobim e Vinícius de Moraes)

Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida eu vou te amar
Em cada despedida eu vou te amar
Desesperadamente, eu sei que vou te amar
E cada verso meu será
Pra te dizer que eu sei que vou te amar
Por toda minha vida
Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua eu vou chorar
Mas cada volta tua há de apagar
O que esta ausência tua me causou
Eu sei que vou sofrer a eterna desventura de viver
A espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida


domingo, março 13, 2011

Surdo Soluçar

Quando adentra a madrugada minhas lágrimas escorrem. Choro surdo que ninguém ouve, só eu sinto e o travesseiro molha.

Os dias já estão quase normais. Quase. Respiro fundo e tiro forças (nem sei de onde) para levantar da cama e colocar os pés no chão. Uma vez que essa etapa é completada, antes de qualquer outra coisa, eu visto minha máscara e sigo... o dia "vai indo".

Só que sempre chega a hora que meu escudo cai. A hora de eu me deitar. A hora de dormir já é por si só um pesadelo. A hora de tirar minha máscara preta e branca.

Aqui, onde eu choro e ninguém me escuta é onde eu posso me buscar, onde eu tenho medo de ir e do que posso encontrar.

quarta-feira, março 02, 2011

Um ponto no perfume

Eu soube que havia "perdido" o homem que eu amava quando vi que ele trocara de perfume. Não fui eu quem deu o antigo, tão pouco o novo, mas aquele cheiro significava tanta coisa...

Era o cheiro que ficava em minha pele quando eu voltava para casa depois de uma noite de paixão e que grudava no cinto de segurança do meu carro. Era o cheiro que eu sentia ao entrar no elevador e que me fazia ter certeza de que ele já estava lá. Era o cheiro dele. O cheiro do meu amor.

Ontem, ao deitar no seu peito, eu disse: "você não é mais você com esse perfume novo". Realmente o novo não me remete a nada, só intensifica a saudade do antigo, a saudade de um homem que nunca seria meu.

Esse homem, por baixo daquele odor marcante, nunca revelou-se por completo. Agora ele era uma nova pessoa para mim. Tornou-se um alguém que decidiu ser sincero, que decidiu me contar que esse não era o momento para me amar. Não como eu gostaria, desejava, queria, esperava, ansiava...

Foi preciso eu sentir um novo perfume para aceitar, definitivamente, que o ponto final teria de ser colocado.

Apesar do ponto, acho que eu estarei sempre esperando o momento em que ele vai me amar de verdade. Nesse momento, nesse dia, eu irei buscá-lo no aeroporto e antes mesmo de abraçá-lo eu saberei que é o Kouros, que é aquele antigo, familiar e aconchegante cheiro que sua pele exala novamente.


Um P.S. particular: hoje, é o cheiro novo que está em mim. Devo confessar que ele piora meu enjoo. Ele aumenta a minha vontade de te dizer que eu já estou morrendo de saudade e que eu te amo como nunca amei ninguém. Obrigada por abrir, afinal, tantas portas e janelas que me levarão ao meu encontro com uma pessoa muito importante: eu mesma.

Lavando Sonhos

Tudo o que ele fez foi calar-se
Enquanto eu falava
Depois que eu falei
Ele me olhou - com olhos tristes, devo dizer
Ele me olhou e calou.

Palavras não ditas que valem tanto
Palavras que não são palavras,
Palavras que são mangueiras d'água que lavam os sonhos.

Nunca me pareceu tão real
Nunca me pareceu tão dolorido o ditado
Aquele ditado "quem cala consente".

sábado, fevereiro 26, 2011

A dor de perder. A dor de encontrar

Eu não queria precisar fingir que eu estou bem.
Eu não quero artifícios.
Eu quero minha vida de volta.
Uma vida que eu não sei quem roubou.

Sei que não aguento mais perder.
Perco pessoas. Perco coisas.
Perco e perdi o amor por mim.

Sinto que sou nada.
Sinto que sou ninguém.

Perdemos tanto.
Mas quando menos esperamos encontramos.

Algumas vezes acho que dói mais encontrar do que perder.

sexta-feira, fevereiro 25, 2011

Das portas e das janelas

Eu nunca quis botar o pé na porta
Quero escancarar portões e janelas
Fazer você entrar por todos os lados
Inundar-me de você.

Os pés na porta são só seus, meu amor
Você não me deixa entrar
A fresta de segurança me permite apenas olhar
Olhar sem enxergar o que há dentro de você.

Suas visitas passam e minhas portas ficam cada vez mais invisíveis
Suas visitas passam e eu vejo cada vez menos você se aproximar.

É seu direito não deixar,
É seu direito não querer.

Mas quando você escolhe estar ao meu lado, entrar pela minha porta,
Eu espero que a sua esteja, ao menos, destrancada
Eu espero, ao menos, ouvir de você.

quinta-feira, fevereiro 24, 2011

O que é importante?

Pena que só eu gosto do que eu escrevo...

Aí vem o Fernando Pessoa e diz assim:

"O essencial da arte é exprimir; o que se exprime não interessa".

E agora?

quarta-feira, fevereiro 23, 2011

Minha Madder Red

Madder Red é uma música que fez muito a minha cabeça no ano passado.

Essa NÃO é a letra. Essa é uma adaptação. É algo que eu acho que ele deveria me dizer. É como eu vejo o que ele sente.


Even when my luck is down
You take joy in that our love grows
But if my vices are a burden
Please let me off

Because lately I've wronged you
And not been on your side, love
Maybe I have been dumb
Please don't ask me why

I turned away just when you wanted me
And I know that home is where you want me
There's not much for me there

I Never gave a thought to an honorable living
Always had sense enough to lie
It's getting hard to keep pretending I'm worth your time

Never gave a thought to an honorable living
Always had sense enough to lie
It's getting hard to keep pretending I'm worth your time

Because lately I've wronged you
And not been on your side, love
Maybe I have been dumb
Please don't ask me why

Seria honroso se ele dissesse. Se ele dissesse isso ou qualquer outra coisa. Pena que ele nunca vai ler o que eu escrevo.

Changes

Hoje estou tomando uma medida drástica. Uma medida que já deveria ter tomado há algum tempo.

Diz respeito à descrição do meu blog: "Eu Paradoxo. Apaixonada por viver, apaixonada por amar, apaixonada por sofrer".

Ok. Eu continuo um paradoxo, mas eu não quero mais ser apaixonada por sofrer. Eu quero que o sofrimento, que existe em muito momentos da vida, seja apenas inspirador, seja apenas passageiro, seja fugaz.

É isso.

terça-feira, fevereiro 22, 2011

Metade

Eu perco o chão, eu não acho as palavras
Eu ando tão triste, eu ando pela sala
Eu perco a hora, eu chego no fim
Eu deixo a porta aberta
Eu não moro mais em mim

Eu perco a chave de casa
Eu perco o freio
Estou em milhares de cacos, eu estou ao meio

Onde será que você está agora?

(Adriana Calcanhoto)

sábado, fevereiro 12, 2011

O meu próprio Pralaya

Eu e meus tempos... Estou me sentindo assim, alheia a tudo e a quase todos. Vivo um tempo em que nada acontece, e que eu gostaria que, cada vez mais, nada acontecesse.

As oportunidades aparecem, sim. As amigas telefonam. Os bons filmes estão nos cinemas. Os bebês nascem. E eu aqui, querendo mais e mais ficar dentro de mim.

Queria pedir que as pessoas me esquecessem. Que fingissem que eu estou viajando, feliz, satisfeita e realizada. E eu aqui dentro de mim.

Se morrer eu não vou mesmo, preciso de tempo para renascer e toda vez que eu saio de casa é um passo para trás que dou.

Não sei o que quero. Não tenho um objetivo a perseguir. Não tenho uma inspiração de vida. As coisas que eu acho que gosto, tenho medo de tentar, medo de me frustrar mais uma vez, medo de decepcionar e decepcionar sempre um pouco mais.

Autossabotagem. Conhece? Eu sim. Poderia fazer um mestrado nisso. O pior é que isso não me incomoda. Ela me dá mais tempo para ficar aqui dentro de mim. Sofrendo o meu tempo inerte, pensando em algo para me agarrar, achando algo para me agarrar, sendo fraca demais para tentar e, então, ficar aqui...

Minha psicanalista fala em vitimização. Eu concordo. É tão confortável. Eu tomo um comprimido e tudo passa. O sono vem. Nele eu não preciso saber quem sou. Acordada, eu me sinto obrigada. Só que eu simplesmente não sei.

As palavras que me eram tão fluidas (ou que eu achava que eram) agora só aparecem de um jeito cíclico, repetitivo, doente, maluco, esquizofrênico, paranóico. Talvez elas sempre tenham sido assim. E talvez elas continuem fluidas.

Às vezes eu me olho no espelho e não me reconheço. Não sei onde o olhar que vem do outro lado quer me levar. A realidade é que eu não tenho força para romper esse ciclo de existência morta, eu não tenho vontade. Só preciso ficar aqui dentro de mim.

sexta-feira, janeiro 28, 2011

Shopgirl

Uma pessoa pode ser um personagem de livro?

Sim, ela pode.

Há algum tempo eu falei do filme que assisti “Garota da Vitrine” e de como ele me marcou por ser uma cópia tão fiel da minha própria vida.

Como eu disse antes, o filme é baseado no livro “Shopgirl”, do Steve Martin e infelizmente não tem tradução para o português.

Eu estou com as minhas leituras atrasadas eternamente, então comecei a lê-lo há poucos dias.

Já posso dizer que esse caso não foge a regra e o livro está mostrando-se muito mais detalhado do que o filme (ah, jura?). Proporcionalmente vêm as minhas semelhanças com a Mirabelle e as semelhanças dele com o Ray Porter são assustadoras. Perturbadoras.

Gosto de muitas passagens do livro, mas peço permissão para transcrever aqui as que me foram mais significativas até agora. As que mostram como uma pessoa real pode ser/virar um personagem em alguns parágrafos.

“Extrapolating from Mirabelle’s wrist, he understands the terrain of her neck, he can imagine the valley of her breasts, and he knows that he can lose himself in her. He does not know his further intent with her, but he is not trying to get what he wants at any expense. If he thinks he would harm Mirabelle, he would back away. But he does not yet understand when and how people are hurt (....).

(...) These dinner dates, which function mainly to fill a vacumm of loneliness between the hours of 8 P.M. and 11 P.M., cause him more grief than a year of solitary confinement. (...) They are friendly evenings that sometimes end in bed. He incorrectly assumes that whatever is his understanding of the nature of one of these evenings, his date is thinking it, too, and he is deeply shocked and suorised when one or another of these women, whom he has seen over the past several months and with whom he has had several sexual encounters, actually believes they are a couple.

These experiences have caused him to think very hard about what he is doing and where he is going. And the result of all this thinking is that he now understands that he doesn’t know what he is doing or where he is going. His Professional life is fine, but romantically he is an adolescent, and he has begun an education in the subject that is thirty years overdue.

(...) He believes that in these affair [com a Mirabelle], what is given back and forth will be exactly even, and that they will both see the benefits they are receiving. But because he picked Mirabelle out by sight alone, he fails to see that her fragility, which he smelled and sensed and is lured by, runs deep in her heart and is part of her nature, and cannot be separated out for him to fuck”.

Uau. Que medo.

domingo, janeiro 09, 2011

Ensaio sobre o meu ciúme

Passei um bom tempo sem sentir ciúme de nada e de ninguém.

Hoje a situação é outra. Essa coisinha me corrói de uma forma que faz meu coração bater mais rápido, faz minhas mãos tremerem e minha respiração ficar mais difícil.

O ciúme é aquela ideia fantasiosa que não sai da cabeça por nada do mundo, que me faz ter pensamentos ruins. A imaginação vai a mil por hora para um lugar onde ele está com outra pessoa.

Quando se é paranóica (como eu sou) o sentimento é pior, porque tem-se uma suspeita, que no mundo da caraminholação não é só uma suspeita: é a certeza absoluta.

Aí, é claro, a tecnologia só tem coisas para colaborar (ou para ferrar tudo de vez). O twitter da vagabunda (e feia, óbvio) é uma arma perigosa. No mundo dos sonhos, quando procura-se chifre em cavalo, os unicórnios sempre aparecem. Um único tweet vira a prova cabal e nada tira da minha cabeça que ele tem outro alguém. Alguém com uma vantagem tremenda sobre mim: ela está lá. Está bem pertinho dele e eu estou aqui tão longe. Tantos quilômetros nos separando.

Só de lembrar do rosto dela (porque você a conhece), a visão já fica turva.

A intimidade deles é brutal. Ela conhece tudo, a família toda. E eu passo tempos e tempos sonhando acordada com o dia em que ele me levará lá, me apresentará a todos e eu poderei ver com meus próprios olhos a magia que a genética fez ali.

O gosto amargo do ciúme não é nada agradável. É triste. É persistente, insistente. É incurável. Não há nada que se possa fazer. Não há consolo. Há apenas aquela pá que cava incansavelmente e que ao invés de terra, vai jogando fora minha fome, minha vida, meu ar, minha energia, minha vitalidade e minha saúde.