sábado, fevereiro 26, 2011

A dor de perder. A dor de encontrar

Eu não queria precisar fingir que eu estou bem.
Eu não quero artifícios.
Eu quero minha vida de volta.
Uma vida que eu não sei quem roubou.

Sei que não aguento mais perder.
Perco pessoas. Perco coisas.
Perco e perdi o amor por mim.

Sinto que sou nada.
Sinto que sou ninguém.

Perdemos tanto.
Mas quando menos esperamos encontramos.

Algumas vezes acho que dói mais encontrar do que perder.

sexta-feira, fevereiro 25, 2011

Das portas e das janelas

Eu nunca quis botar o pé na porta
Quero escancarar portões e janelas
Fazer você entrar por todos os lados
Inundar-me de você.

Os pés na porta são só seus, meu amor
Você não me deixa entrar
A fresta de segurança me permite apenas olhar
Olhar sem enxergar o que há dentro de você.

Suas visitas passam e minhas portas ficam cada vez mais invisíveis
Suas visitas passam e eu vejo cada vez menos você se aproximar.

É seu direito não deixar,
É seu direito não querer.

Mas quando você escolhe estar ao meu lado, entrar pela minha porta,
Eu espero que a sua esteja, ao menos, destrancada
Eu espero, ao menos, ouvir de você.

quinta-feira, fevereiro 24, 2011

O que é importante?

Pena que só eu gosto do que eu escrevo...

Aí vem o Fernando Pessoa e diz assim:

"O essencial da arte é exprimir; o que se exprime não interessa".

E agora?

quarta-feira, fevereiro 23, 2011

Minha Madder Red

Madder Red é uma música que fez muito a minha cabeça no ano passado.

Essa NÃO é a letra. Essa é uma adaptação. É algo que eu acho que ele deveria me dizer. É como eu vejo o que ele sente.


Even when my luck is down
You take joy in that our love grows
But if my vices are a burden
Please let me off

Because lately I've wronged you
And not been on your side, love
Maybe I have been dumb
Please don't ask me why

I turned away just when you wanted me
And I know that home is where you want me
There's not much for me there

I Never gave a thought to an honorable living
Always had sense enough to lie
It's getting hard to keep pretending I'm worth your time

Never gave a thought to an honorable living
Always had sense enough to lie
It's getting hard to keep pretending I'm worth your time

Because lately I've wronged you
And not been on your side, love
Maybe I have been dumb
Please don't ask me why

Seria honroso se ele dissesse. Se ele dissesse isso ou qualquer outra coisa. Pena que ele nunca vai ler o que eu escrevo.

Changes

Hoje estou tomando uma medida drástica. Uma medida que já deveria ter tomado há algum tempo.

Diz respeito à descrição do meu blog: "Eu Paradoxo. Apaixonada por viver, apaixonada por amar, apaixonada por sofrer".

Ok. Eu continuo um paradoxo, mas eu não quero mais ser apaixonada por sofrer. Eu quero que o sofrimento, que existe em muito momentos da vida, seja apenas inspirador, seja apenas passageiro, seja fugaz.

É isso.

terça-feira, fevereiro 22, 2011

Metade

Eu perco o chão, eu não acho as palavras
Eu ando tão triste, eu ando pela sala
Eu perco a hora, eu chego no fim
Eu deixo a porta aberta
Eu não moro mais em mim

Eu perco a chave de casa
Eu perco o freio
Estou em milhares de cacos, eu estou ao meio

Onde será que você está agora?

(Adriana Calcanhoto)

sábado, fevereiro 12, 2011

O meu próprio Pralaya

Eu e meus tempos... Estou me sentindo assim, alheia a tudo e a quase todos. Vivo um tempo em que nada acontece, e que eu gostaria que, cada vez mais, nada acontecesse.

As oportunidades aparecem, sim. As amigas telefonam. Os bons filmes estão nos cinemas. Os bebês nascem. E eu aqui, querendo mais e mais ficar dentro de mim.

Queria pedir que as pessoas me esquecessem. Que fingissem que eu estou viajando, feliz, satisfeita e realizada. E eu aqui dentro de mim.

Se morrer eu não vou mesmo, preciso de tempo para renascer e toda vez que eu saio de casa é um passo para trás que dou.

Não sei o que quero. Não tenho um objetivo a perseguir. Não tenho uma inspiração de vida. As coisas que eu acho que gosto, tenho medo de tentar, medo de me frustrar mais uma vez, medo de decepcionar e decepcionar sempre um pouco mais.

Autossabotagem. Conhece? Eu sim. Poderia fazer um mestrado nisso. O pior é que isso não me incomoda. Ela me dá mais tempo para ficar aqui dentro de mim. Sofrendo o meu tempo inerte, pensando em algo para me agarrar, achando algo para me agarrar, sendo fraca demais para tentar e, então, ficar aqui...

Minha psicanalista fala em vitimização. Eu concordo. É tão confortável. Eu tomo um comprimido e tudo passa. O sono vem. Nele eu não preciso saber quem sou. Acordada, eu me sinto obrigada. Só que eu simplesmente não sei.

As palavras que me eram tão fluidas (ou que eu achava que eram) agora só aparecem de um jeito cíclico, repetitivo, doente, maluco, esquizofrênico, paranóico. Talvez elas sempre tenham sido assim. E talvez elas continuem fluidas.

Às vezes eu me olho no espelho e não me reconheço. Não sei onde o olhar que vem do outro lado quer me levar. A realidade é que eu não tenho força para romper esse ciclo de existência morta, eu não tenho vontade. Só preciso ficar aqui dentro de mim.