domingo, novembro 28, 2010

Auto Medicação

Eu falo de minhas tristezas e o Xixa me vem com:

"Suas pequenas cápsulas de decepção que você fabrica com tanto carinho pra você mesma".

Ninguém sabe me definir melhor que ele. Ninguém.

quinta-feira, novembro 25, 2010

Rimas pobres para um coração parado

Aqui jaz um coração
Batia alucinado dentro do peito
Sem enxergar nenhum defeito
Tinha só amor e adoração

Deu uma virada em sua vida pacata
Quando achou alguém para gostar
Transformou-se em acrobata
Para conseguir se controlar

O vai e vem de seu amor
De acrobata a trapezista
Bem rapidamente o transformou
Segurava um trapézio que sumia sem deixar pista

Chegou, então, o dia fatídico
Sem mais explicações
Seu apoio fez-se fluídico

Evaporou
Deixou um buraco
Um rombo
Um tambor que agora batia fraco

Chorou, soluçou, despedaçou
O tempo passou e não curou
A doença se espalhou

Batia desequilibrado dentro do peito
Com cadência cada vez menor
Aceitou de bom grado a tranquilidade do seu leito
Leito que acabou com toda aquela dor

sexta-feira, novembro 19, 2010

Cheiro Guardado

Me perguntam o que é difícil
O que é difícil pra você?
Difícil é gostar e estar longe
Sentir o cheiro sem a pele
Acordar sozinha, mas no sonho estar com ele

Coisas difíceis vêm e vão
Seguem a música, ou não
Mas a constante da falta
Sangra meu coração

Partes boas as dificuldades têm também
Quando desenrola
As recompensas chegam de trem
De carro
De avião
E o beijo doce tira o gosto amargo da doída solidão.

quarta-feira, novembro 17, 2010

A falta que ele me faz

Voltar de Ilhabela com trânsito foi legal para desenterrar meus cds antigos. Eu costumava compilar tudo quanto é tipo de música em um único cd para guardá-lo e por alguns anos eles ficaram esquecidos.

Como há pouco tempo fiz uma limpeza no meu quarto, que passou por uma pequena reforma, eu estava com meu case a mão e o levei para a viagem.

Mesmo com muitas horas de estrada, não consegui ouvir tudo e estou dando continuidade à missão no meu horário de trânsito na cidade mesmo. Olha, é muita coisa. Mas eu nem sei porque eu estou falando isso, não é sobre isso que eu vim escrever.

A música é só um pretexto para eu divagar. Divagar sobre a vida e sobre o que eu sinto.

Eu sinto um coração apertado que me dá vida. Eu sinto uma saudade de anos, sendo que se passaram menos de dois dias inteiros. Eu sinto aquela vontade de estar junto o tempo inteiro. Eu sinto a necessidade de acordar, comer, viver, dormir e morrer junto. E tudo isso é tão estranho. É tão unilateral.

Mas ao mesmo tempo, a pessoa se mostra carinhosa, atenciosa e amorosa. O tipo de relacionamento que ela mantém é totalmente diferente de tudo que eu já vi, que eu já vivi.

Nunca consegui manter alguém na minha vida sem me apegar. Será que um dia eu vou aprender a dar atenção só aos momentos felizes?

Acabei de ouvir Say Goodbye, do Dave Mathew’s e lembrei que eu NUNCA consegui fazer esse tipo de coisa. Queria conseguir.

Na verdade, eu só queria não sentir falta dele. Só.