domingo, março 27, 2011

Coração Viciado

O amor é esse tormento quando não correspondido.
Um coração que bate sozinho.
Bate descompensado.
Bate triste. Bate angustiado.

O meu coração está assim,
Eternamente quebrado.
Só faz rimas repetidas,
É um tanto viciado.

Nada muda para esse probre,
Além de tudo amargurado.

O amor é esse tormento quando não correspondido.
Arrebenta, trucida, machuca, corrói.
Vicia. Ah, e como vicia.

domingo, março 20, 2011

Para enganar meus dedos

Me sinto naquele momento de anestesia. No meu peito um vazio matador, nenhuma ideia nova, nem a saudade inspira.

O choro que vem toda noite cessa, mas sempre volta. As lembranças ficam batendo na porta da memória e angustiam minha alma.

Alguns momentos alegres parecem ser apenas parênteses em uma vida sem brilho, sem graça, sem ele.

Todo dia é só mais um dia. Mais um dia que eu preciso de força para driblar meus próprios dedos que têm vida própria e que querem escrever “volta pra mim” e apertar o “enviar” no celular.

Não tenho notícias, tenho ciúme. Tenho saudade, não tenho o apoio. Sinto falta do incentivo, do beijo, do cheiro – aquele cheiro que já não está mais lá.

Já que eu não posso escrever para ele, escrevo aqui...

Volta pra mim.

Volta pra mim.

Volta pra mim...

segunda-feira, março 14, 2011

Mais um clichê. Mais uma verdade.

EU SEI QUE VOU TE AMAR...
(Tom Jobim e Vinícius de Moraes)

Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida eu vou te amar
Em cada despedida eu vou te amar
Desesperadamente, eu sei que vou te amar
E cada verso meu será
Pra te dizer que eu sei que vou te amar
Por toda minha vida
Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua eu vou chorar
Mas cada volta tua há de apagar
O que esta ausência tua me causou
Eu sei que vou sofrer a eterna desventura de viver
A espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida


domingo, março 13, 2011

Surdo Soluçar

Quando adentra a madrugada minhas lágrimas escorrem. Choro surdo que ninguém ouve, só eu sinto e o travesseiro molha.

Os dias já estão quase normais. Quase. Respiro fundo e tiro forças (nem sei de onde) para levantar da cama e colocar os pés no chão. Uma vez que essa etapa é completada, antes de qualquer outra coisa, eu visto minha máscara e sigo... o dia "vai indo".

Só que sempre chega a hora que meu escudo cai. A hora de eu me deitar. A hora de dormir já é por si só um pesadelo. A hora de tirar minha máscara preta e branca.

Aqui, onde eu choro e ninguém me escuta é onde eu posso me buscar, onde eu tenho medo de ir e do que posso encontrar.

quarta-feira, março 02, 2011

Um ponto no perfume

Eu soube que havia "perdido" o homem que eu amava quando vi que ele trocara de perfume. Não fui eu quem deu o antigo, tão pouco o novo, mas aquele cheiro significava tanta coisa...

Era o cheiro que ficava em minha pele quando eu voltava para casa depois de uma noite de paixão e que grudava no cinto de segurança do meu carro. Era o cheiro que eu sentia ao entrar no elevador e que me fazia ter certeza de que ele já estava lá. Era o cheiro dele. O cheiro do meu amor.

Ontem, ao deitar no seu peito, eu disse: "você não é mais você com esse perfume novo". Realmente o novo não me remete a nada, só intensifica a saudade do antigo, a saudade de um homem que nunca seria meu.

Esse homem, por baixo daquele odor marcante, nunca revelou-se por completo. Agora ele era uma nova pessoa para mim. Tornou-se um alguém que decidiu ser sincero, que decidiu me contar que esse não era o momento para me amar. Não como eu gostaria, desejava, queria, esperava, ansiava...

Foi preciso eu sentir um novo perfume para aceitar, definitivamente, que o ponto final teria de ser colocado.

Apesar do ponto, acho que eu estarei sempre esperando o momento em que ele vai me amar de verdade. Nesse momento, nesse dia, eu irei buscá-lo no aeroporto e antes mesmo de abraçá-lo eu saberei que é o Kouros, que é aquele antigo, familiar e aconchegante cheiro que sua pele exala novamente.


Um P.S. particular: hoje, é o cheiro novo que está em mim. Devo confessar que ele piora meu enjoo. Ele aumenta a minha vontade de te dizer que eu já estou morrendo de saudade e que eu te amo como nunca amei ninguém. Obrigada por abrir, afinal, tantas portas e janelas que me levarão ao meu encontro com uma pessoa muito importante: eu mesma.

Lavando Sonhos

Tudo o que ele fez foi calar-se
Enquanto eu falava
Depois que eu falei
Ele me olhou - com olhos tristes, devo dizer
Ele me olhou e calou.

Palavras não ditas que valem tanto
Palavras que não são palavras,
Palavras que são mangueiras d'água que lavam os sonhos.

Nunca me pareceu tão real
Nunca me pareceu tão dolorido o ditado
Aquele ditado "quem cala consente".