quinta-feira, outubro 23, 2008

Amor correspondido infeliz

"Romance" (Guel Arraes, 2008) é um filme belo. Não só porque Letícia Sabatella está mais bela do que nunca, não só porque Vladimir Brichta é um belo canastrão, ou porque Wagner Moura é romanticamente belo e Andréa Beltão belamente cômica. Esse é um filme belo porque fala da beleza da tristeza, da beleza que existe em todos os lugares, até mesmo na rotina de um casamento.

E existe romance sem tristeza? Amor sem dor? "Paixão é sofrimento" e é gostar desse sofrimento. Estar contente com a infelicidade? É possível. A dor é, muitas vezes, responsável por grandes momentos, por atos fantásticos e belos, claro.

A história do filme envolve um casal que se depara com o nascimento de um triângulo amoroso. O enredo conta ainda com humor e ironias bem diretas sobre as diferenças das produções televisivas e teatrais.

Certamente é uma obra que deve ser vista, mesmo porque é diferente das muitas que têm despontado nas telas. Sem doses da típica violência, sem a estética da pobreza. Vê-se muito amor. Muito amor e seus conteúdos normais de dor.

Ouvindo Agora
.
Nosso estranho amor
Caetano Veloso
.
Não quero sugar todo o seu leite
Nem quero você enfeite do meu ser
Apenas te peço que respeite
O meu louco querer
Não importa com quem você se deite
Que você se deleite seja com quem for
Apenas te peço que aceite
O meu estranho amor
.
Ah! Mãinha
Deixa o ciúme chegar
Deixa o ciúme passar
E sigamos juntos
Ah! Neguinha
Deixa eu gostar de você
Pra lá do meu coração
Não me diga nunca não
.
Teu corpo combina com meu jeito
Nós dois fomos feitos muito pra nós dois
Não valham dramáticos efeitos
Mas o que está depois
Não vamos fuçar nossos defeitos
Cravar sobre o peito as unhas do rancor
Lutemos, mas só pelo direito
Ao nosso estranho amor
.
Ah! Mãinha
Deixa o ciúme chegar
Deixa o ciúme passar
E sigamos juntos
Ah! Neguinha
Deixa eu gostar de você
Pra lá do meu coração
Não me diga nunca não

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