Passei um bom tempo sem sentir ciúme de nada e de ninguém.
Hoje a situação é outra. Essa coisinha me corrói de uma forma que faz meu coração bater mais rápido, faz minhas mãos tremerem e minha respiração ficar mais difícil.
O ciúme é aquela ideia fantasiosa que não sai da cabeça por nada do mundo, que me faz ter pensamentos ruins. A imaginação vai a mil por hora para um lugar onde ele está com outra pessoa.
Quando se é paranóica (como eu sou) o sentimento é pior, porque tem-se uma suspeita, que no mundo da caraminholação não é só uma suspeita: é a certeza absoluta.
Aí, é claro, a tecnologia só tem coisas para colaborar (ou para ferrar tudo de vez). O twitter da vagabunda (e feia, óbvio) é uma arma perigosa. No mundo dos sonhos, quando procura-se chifre em cavalo, os unicórnios sempre aparecem. Um único tweet vira a prova cabal e nada tira da minha cabeça que ele tem outro alguém. Alguém com uma vantagem tremenda sobre mim: ela está lá. Está bem pertinho dele e eu estou aqui tão longe. Tantos quilômetros nos separando.
Só de lembrar do rosto dela (porque você a conhece), a visão já fica turva.
A intimidade deles é brutal. Ela conhece tudo, a família toda. E eu passo tempos e tempos sonhando acordada com o dia em que ele me levará lá, me apresentará a todos e eu poderei ver com meus próprios olhos a magia que a genética fez ali.
O gosto amargo do ciúme não é nada agradável. É triste. É persistente, insistente. É incurável. Não há nada que se possa fazer. Não há consolo. Há apenas aquela pá que cava incansavelmente e que ao invés de terra, vai jogando fora minha fome, minha vida, meu ar, minha energia, minha vitalidade e minha saúde.
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