Doía demais. Doía tanto que a dor de uma tatuagem era nada. Por isso, ela tatuava. Queria se riscar inteira. Cada letra, um alivio. Cada letra, uma lágrima a menos de saudade. Uma lágrima a menos por ver que acabou. Uma lágrima a menos por constatar que o momento passou, que ele foi embora e levou com ele as promessas, os galanteios, o riso, o coração batendo mais forte.
Ela agora acreditava que a dor era apenas a dor de sua pele sendo cortada, a dor era daquele corpo estranho colorido entrando na sua carne. A verdade era outra, mas ela ainda preferia acreditar nisso e tatuava.
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