O orgulho patriótico que aflora no peito do brasileiro nessa época de Copa do Mundo é normal, afinal a nossa seleção tem jogadores mais do que competentes, já fomos cinco vezes campeões e somos os favoritos do mundial. Apesar de tudo isso algumas pessoas já sentem o exagero verde-amarelo vindo por todos os lados.
Nas ruas a decoração parece ser a mesma; em qualquer ambiente de trabalho a pergunta é a mesma, como aquela conhecida: “você vai trabalhar nos dias de jogos do Brasil?”. Agora, o mais grave de tudo é que no jornalismo os temas discutidos também são os mesmos.
“Ah, mas nosso país pára diante desse evento tão esperado...”. Não, infelizmente ele não pára. Ladrões nas ruas continuam roubando, os que estão atrás das grades ainda falam em seus modernos celulares, aqueles do plenário não cessam com suas falcatruas, nos cinemas e teatros ainda há estréias e o brasileiro pobre tem sim que ir trabalhar.
O destaque que está sendo dado à competição esse ano está muito mais visível do que as edições passadas. A imprensa explora hoje uma gama infindável de informações futebolísticas, como as esposas dos jogadores, aquele que não foi escalado e os alemães tentando falar português.
Não estou dizendo que não se deve falar em Copa do Mundo. Isso é impossível até mesmo nos Estados Unidos, onde o futebol não é o esporte mais querido. Estou dizendo que nós, brasileiros, não devemos esquecer dos problemas que nos batem à porta. Temos que estar cientes que nossas vidas continuam. Lá na Alemanha eles ganham milhões para jogar e aqui podemos comemorar sabendo da distância certa entre a fantasia e o real.
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