quinta-feira, março 31, 2005

Blecaute

Eu sabia que deveria ter escrito ontem, quando eu ainda não tinha noção do final...

É quase certo que você já tenha imaginado que o mundo todo tivesse parado, todas as pessoas tivessem congelado. O que você faria? Realmente quero uma resposta.

Sempre tive essa vontade. Um dia desses alguém me recomendou um livro: Blecaute, de Marcelo Rubens Paiva. Ontem eu o comprei e só o fiz porque na Saraiva não tinha Do Amor a Outros Demônios de Gabriel García Marquez.

Li com medo. Li adorando o que lia. Li e foi tudo como se tivesse realizando um sonho. Li com medo. Medo de me decepcionar no final. Não me decepcionei, mas é diferente do que eu imaginava. Totalmente diferente.

Mais uma vez eu pergunto: o que você faria? Antes a minha vontade era completamente ingênua, lógico, eu era criança quando pensava nessa possibilidade. Minha vontade era extremamente fútil. Queria entrar nos Shoppings, ter tudo o que eu sempre quis, roupas, livros, brinquedos, Barbies, mas principalmente as roupas...

Minhas idéias, fúteis ainda são. Mas precavidas. Queria muito que todos ficassem paralisados, mas não queria ser a única "viva". Queria ter UM ÚNICO alguém comigo. Uma pessoa que me ajudasse a continuar vivendo, alguém forte que me ajudasse a arrombar portas, pegar objetos pesados, não um escravo, mas alguém para ajudar, me amar, ser amado. Sou muito frágil para sobreviver sozinha. Vai, pode me chamar de egoísta, insensível... Não é isso. Eu sei que eu precisaria de uma companhia. E seria tudo, digamos, mais fácil.

Talvez a primeira coisa que eu faria seria ir a uma daquelas lojas maravilhosas de carros da Rua Colômbia e imediações e pegar uma máquina fantástica daquelas e rodar pela cidade, pelo autódromo... Iria correr. Correr sem pressa rumo ao nada. Experimentaria todos os carros que já desejei experimentar na vida. Depois eu acharia um lugar e faria um Home Theater esplêndido. Assistiria a todos os filmes disponíveis, ouviria todos os discos que eu sempre quis ter, leria bastante também.

Conheceria a cidade inteirinha, sem trânsito, também se pressa. Faria amor, sexo, seja lá o que for e como chamar, em todos os lugares. Andaria gritando pelas ruas (mais bem vestida do que nunca) gritando e sem ser taxada de louca. Seria incrível.

Mas a melhor parte de tudo seria que no momento em que estivéssemos cansados e fossemos dormir desejando que o mundo acordasse “normal”, assim ele acordaria. Não teria sido um sonho. Teria sido tudo real, mas mágico. Teríamos provas de sermos os únicos a presenciar o maior fenômeno da Terra!

Sonhos... Como é bom sonhar.

Recomendo: Blecaute – Marcelo Rubens Paiva

2 comentários:

Anônimo disse...

Hum...

Anônimo disse...

Lembro-me de certa ocasião.. na qual andamos gritando pela rua.. hmmm será q fomos taxadas d loucas? rsrs *Kiss (Tata)